14 de junho de 2022

p/ todes, Portinari

A Exposição "Portinari para Tod@s" me emocionou.

Recomendo a visita de coração aberto.

Fiquei tão encantada com as obras, histórias e textos que mal consegui me concentrar em tirar fotos, mas vou registrar aqui algumas das frases que mexeram comigo, me senti representada e muito orgulhosa:

Trechos de entrevistas cedidas pelo artista:

O artista deve educar o povo, mostrar-se acessível a esse público que tem medo da arte, por ignorância, pela ausência de uma informação artística, que deve começar nos cursos primários.

Os nossos artistas precisam deixar suas torres de marfim, devem exercer uma forte ação social, interessando-se pela educação do povo brasileiro".

"Apesar do pessoal da Escola de Belas Artes achar que a minha constante mudança é falta de personalidade - estes senhores acham que personalidade é carimbo"

"Não existe uma verdadeira distinção entre arte antiga e moderna. Na arte eu vejo a beleza, e a beleza é sempre a mesma em toda a parte. Apenas as maneiras de interpretá-la variam".

"Como deixar de fixar em meus quadros aquilo que fez parte da minha infância, de minha vida e a minha esperança de ver uma vida melhor para os homens que trabalham na terra?"

Finalizo as falas do artista com :

"A INFÂNCIA ESTÁ SEMPRE PRESENTE NAS COISAS QUE SE FAZ"

  

E sigo com depoimentos de outras pessoas sobre Cândido Portinari:

A famosas obras "O Mestiço" e "O Lavrador de Café" retratam Newton Rodrigues, um dos principais modelos de Portinari na década de 1930. Rodrigues trabalhava como moldureiro e, nas horas vagas, posava para um artista que não se contentava em pintar uma elite que pagava por retratos. Pelo contrário, era Portinari quem remunerava o modelo, pela oportunidade de representar figuras que mais atraíam seu interesse: lavradores, operários, trabalhadores do povo.



Segundo relatos de sua esposa e parceira Maria: "Tinha momentos em que ele tinha suas dúvidas tb. Todo pintor tem, todo verdadeiro artista tem. Nunca há uma certeza. Acabou de finalizar uma obra, já teve aquela experiência e parte para outra coisa, para fazer melhor. Nunca está satisfeito, nem deve estar."

"Ele tinha muito de camponês, pois os pais foram camponeses, trabalharam lá, sofreram muito. Ele era também dos operários, sentia muito os problemas. A infância em Bordowski o marcou muito. Acho que ele nunca esqueceu. Gostava de pintar crianças, operários trabalhando, gente do campo trabalhando, O morro, por exemplo, isso que ele preferia.



Ainda admirada, concluo o artigo de hoje com a declaração de Jorge Amado, um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos. É o autor mais adaptado do cinema, do teatro e da televisão.


"As árvores, as frutas, os animais, os homens, o circo, a paisagem, as pequenas cidades do interior, as crianças, o futebol, todo o Brasil, inteiro, está na obra de Candido Portinari.
Ele viu cada detalhe. Ele sentiu cada problema. Ele viveu a solidão de cada um. Ele participou da alegria de todos os brasileiros. Foi um pintor que viu o Brasil de ponta a ponta. E recriou toda a sua realidade. Mas foi um pintor voltado sobretudo para os mais despossuídos. Aqueles mais necessitados do apoio da arte para continuar a crer no futuro, para que pudessem manter uma esperança em seu peito."



assim, seco os olhos marejados e sigo com o coração e alma quentinhos e cheios de ins.pirações.

Até a próxima ;)

 



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