O dia 20 de abril é uma data em que os apaixonados e ativistas pela regulação da cannabis se reúnem em reflexão para celebrar e consagrar os usos da planta e suas potencialidades.
Para celebrar, vamos contar uma história real:
Quando aprovado, o projeto de legalização da cannabis beneficiará milhares de famílias, inclusive da advogada Margarete Brito, que viu sua filha, Sofia, ter crises convulsivas quando tinha apenas 35 dias de vida. A cena se repetiu por anos até que, em 2013, ela decidiu burlar a ordem para salvá-la.
“Na época, importar o óleo de maconha, que é vendido nos Estados Unidos como suplemento alimentar, era considerado tráfico ilegal de entorpecentes. Mas a vida da minha filha não espera o tempo dos homens repensarem as suas leis. Mesmo cometendo um crime, importei o remédio. Era uma luz no fim do túnel.”
O óleo de maconha citado por Margarete é o canabidiol e ajudou a reduzir em 60% as crises de Sofia, que foi diagnosticada com uma doença rara que causa epilepsia. Antes, ela e o marido, Marcos L., tentaram ajudar a filha com medicamentos recomendados pelos médicos que a tratavam.
“Foi o início de um sofrimento. Além de dar drogas e mais drogas para aquele bebê tão pequenininho, tão delicado, nenhuma delas controlava as crises. Eram drogas e mais drogas. E todas lícitas. Tarja preta, vermelha, amarela, todas as cores, todas as doses e combinações”, recorda Margarete, que fundou, em 2014, no Rio de Janeiro, a Associação de Apoio à Pesquisa e Pacientes de Cannabis Medicinal (Apepi), que reúne familiares de doentes que precisam usar o canabidiol e lutam pela liberação do uso terapêutico da maconha.
Em novembro de 2016, Margarete se tornou a primeira pessoa no Brasil a conseguir habeas corpus para o autocultivo da maconha sem que seja criminalizada.
Até agosto de 2020, outras 132 pessoas conquistaram o habeas corpus para o autocultivo, de acordo com a Rede Reforma, coletivo de advogados que atuam voluntariamente no que chamam de “direito canábico”, auxiliando famílias que precisam cultivar a erva, e pela legalização do uso medicinal da planta.
Apoiamos o manifesto pela saúde e liberdade.
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